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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

R.I.P Vander Lee - Ainda não consigo acreditar. Vai na paz poeta! Vai levar a sua arte ao infinito!

Está muito dificil de acreditar que o poeta Vander Lee com apenas 50 anos de idade, tenha ido cantar e encantar em outro plano. Tive o prazer de assistir o Vander ao vivo e posso afirmar que foi um dos melhores shows da minha vida. Um artista completo, um verdadeiro poeta, um ser humano incrivel e muito atencioso com todos os seus fãs.



Aos que me conhecem sabem o quanto sou fã desse artista, desde o primeiro dia que ouvi sua música "Românticos" na voz da cantora Rita Ribeiro. Logo que descobri o compositor da música, comecei a pesquisar tudo sobre o Vander e a admira-lo ainda mais. Várias de suas canções fazem parte da trilha sonora da minha vida e por mais que não fossemos amigos íntimos, sempre fui amigo íntimo da sua obra poetica e musical. Por vários momentos ao ouvir suas canções, recebi conselhos que nenhum amigo próximo conseguiu me dar.

Quando um compositor como o Vander vai embora, vai um pouco de nós compositores também. Podem até dizer que isto seja uma bobagem, mais é assim que me sinto. Embora sua obra ficará ai para toda eternidade, suas novas inspirações apenas serão admiradas no plato espiritual.

É poeta...Hoje nós (seus fãs)... estamos nos sentindo como pistas vazias esperando aviões. E agora você está realmente no lugar onde Deus possa lhe ouvir ao vivo. Ouvir esse louco romântico desvairado, que ama sem vergonha e sem juízo. E que deixará a todos aí no céu com o coração batendo mais forte porque você chegou "iluminado" e iluminando. Aqui pra nós (pobres mortais), você deixou uma estrela pra lembrança sua, para passarmos bem por esse tempo de silêncio e solidão.

Vai na paz poeta! Vai levar a sua arte ao infinito!

Abaixo uma das suas canções que mais gosto. Uma verdadeira oração em forma de música e poesia. Obrigado por tudo!

Ander Santana





Alma Nua

Ó, Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra Tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes

Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor

Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua

Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima

Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido

De me apaixonar todo dia
E ser mais jovem que meu filho
De ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho

Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio deus
Viver menino, morrer poeta